26.12.08

o mundo e suas voltas

Player alucinógeno: English House, de Fleet Foxes
Chá ou nicotina? Ou música, folk metálico, planície vasta? Quero mais é tudo. Não recuso nem a cereja falsa. Enquanto eu luto pra contar uma história que pode ser resumida numa frase e, portanto, precisa ser enxertada com voltas e mais voltas em torno do céu, da terra, de mim mesmo e do além - que é pra história que pode ser resumida numa única frase valer a pena ser lida - luto pra não me sentir humilhado com os gemidos que ouço. Pediram um favor: vir aqui em casa trepar. I'm uninvited. O trato, não ver nem falar com o desconhecido, para não constranger ninguém. Sexo constrange. Eu não aceitei condições, apenas não disse não. Não me passou pela cabeça participar de nada. Apenas não entendo porque estou escondido dentro da minha própria casa. Minha história que poderia ser apenas uma frase já possui mais de mil palavras. Por mais que não se queira dizer, se diz. Então eu espaireço assim. Era pra eu relaxar com isso tudo que ocorre no quarto ao lado. Não dar a mínima pra nessa situação às avessas. Instruso pela minha própria condescendência! Never more.

13.12.08

living

se eu escuto péssimo, era pra eu falar mais alto, não? falo baixo, baixíssimo, afobando as pessoas que põem caretas e gritam hein, quê, como é? percebo que minha audição é precária, pois apesar de evitar fazer caretas, por vezes, entremeio hein, ãh, nas minhas conversas. respiro horrivelmente também, algo a ver com gripes mal curadas, secreções. eu só queria era dizer que escutei living color nas alturas e foi tão bom, e anterior. e como não é nada ético desfiar certas diferenças entre os seres, não vou falar das pessoas das confraternizações de fim de ano. mas faço de tudo para não aparecer em fotografias. saudade de mim, viu.

8.12.08

na rede com rachel

Leio, pra descansar de uns textos maçantes, umas crônicas antigas da rachel, que como ela mesma diz, se fossem contos teriam que ter mais apuro no enredo e nos personagens. A cronista dialoga com o leitor o tempo todo, reiterando a veracidade dos fatos do texto. Ela consegue manter a corrosão do tempo distante do seu texto aprisionando belezas como nesse relato em que catalogou opiniões de pessoas do seu cotidiano sobre o amor E por último tem a matrona sossegada que explica: "... Amor é ter medo - medo de quase tudo - da morte, da doença, do desencontro, da fadiga, do costume, das novidades. Amor pode ser uma rosa e pode ser um bife, um beijo, uma colher de xarope. Mas o que o amor é, principalmente, são duas pessoas neste mundo."