29.9.09

nneka


hoje, nada além de ouvir nneka.

14.9.09

queria ganhar milhões de dinheiro, ficar super rico. do dia pra noite ter ao meu alcance tudo o que dinheiro compre: um ap pequeno, na praia. um carro. e viajar viajar meses, anos, até abusar. fazer curso de escritor no mesmo lugar que a yiyun li fez. fazer teatro. perambular pelo norte da áfrica, mediterrâneo, alexandria. escrever livros! de viagem. queria tudo isso pra, além de me dar bem, me experimentar. ver como me saio com a boca lambendo o anzol. testar minha cuca.

muita gente pira com dinheiro instantâneo... meu lado black: além de timbalada e olodum, fui vidrado no fugees, e depois na lauryn hill solo. adorava. lembro de rebobinar mudança de hábito 2 doentiamente pra ver a capela dela voz e piano. o tempo não pára, a mulher desapareceu do mapa da música. pesquisas no google indicam que ela pirou. entrou numa de ter filhos com o filho do bob marley. ela não vive com ele, que continua muito bem com a esposa oficial. lauryn mora com os filhos num hotel e segue rigidamente o que diz um pastor evangélico, estilo jim jones. mas, ela talvez esteja em paz, apesar de totalmente mad.

lembrei de lauryn porque estou ouvindo speech debelle, uma rapper inglesa. ouvi que ela fazia um som hip hop anti-hip hop, meio lounge. nem sei a diferença entre rap e hip hop. o fato é que o som dela é bom, tão diferente que parece pessoal, dela. pelo menos pra mim que não conheço. tem letra boa. o disco se chama speech therapy, que fala por si: exorcismos, carne viva, transformados em verso autêntico. pergunta recorrente que me fazem: qual teu tipo de música predileto? passei a dizer: música feita por gente boa, ponto. mas sempre descamba pra um complicado estudo de casos, pois acrescentam: tipo quem? tipo caetano, adriana, the jesus & mary chain, marnie stern, pato fu, cat power, nneka, roisin murphy, paralamas, feist, morrissey, amy (ela é uma merda; back to black é incrível). até kylie minogue é competente.

speech debelle queria ser uma espécie de tracy chapman mc. e realmente é bem isso. speech, que você não pire!

12.9.09

Me admirei com a coragem de uma recém-conhecida contar um de seus sonhos recorrentes durante viagem. Ela toda me excitou. Sequer lembro do nome dela agora. Ela estava com Flush nas mãos e mostrou entusiasmo com a Mrs. Brown de As Horas, filme. Eu eu eu, mais uma vez, precisei ter algo extraordinário escapulindo entre os dedos: recusei almoçar com ela e o marido. Muito mais para me mostrar comedido. Mil e um cálculos num segundo.

Por falar em sonhos, tive noite com bichos peçonhentos gigantes e gosmentos. Depois presenciei uma missa com meninos e meninas vestindo hábitos marrons, cantando e rezando exaustivamente por horas. Me entusiasmava ver aquela determinação. Em seguida, todos passaram a dançar e andar de patins num pátio enorme.

Ontem ouvi frase calmante de Herman Hesse no programa repórter eco. Não lembro exatamente, mas aponta para o olhar para dentro de si como caminho a se explorar ao invés de chafurdar o lado de fora de si. Vai aqui uma outra, copiada e colada, que talvez nem seja dele, mas simples e reparadora para quem tem péssima memória, como eu: "Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser." (Demian)

Já esqueci do que li em Demian.

1.9.09

caçar em vão

Ás vezes escreve-se a cavalo.
Arrebentando com toda a carga.
Saltando obstáculos ou não.
Atropelando tudo, passando por cima sem puxar o freio - a galope - no susto, disparado
sobre as pedras, fora da margem feito só de patas, sem cabeça
Nem tempo de ler no pensamento o que corre ou o que empaca:
Sem ter calma e o cálculo de quem colhe e cata feijão.

Armando Freitas Filho