Me admirei com a coragem de uma recém-conhecida contar um de seus sonhos recorrentes durante viagem. Ela toda me excitou. Sequer lembro do nome dela agora. Ela estava com Flush nas mãos e mostrou entusiasmo com a Mrs. Brown de As Horas, filme. Eu eu eu, mais uma vez, precisei ter algo extraordinário escapulindo entre os dedos: recusei almoçar com ela e o marido. Muito mais para me mostrar comedido. Mil e um cálculos num segundo.
Por falar em sonhos, tive noite com bichos peçonhentos gigantes e gosmentos. Depois presenciei uma missa com meninos e meninas vestindo hábitos marrons, cantando e rezando exaustivamente por horas. Me entusiasmava ver aquela determinação. Em seguida, todos passaram a dançar e andar de patins num pátio enorme.
Ontem ouvi frase calmante de Herman Hesse no programa repórter eco. Não lembro exatamente, mas aponta para o olhar para dentro de si como caminho a se explorar ao invés de chafurdar o lado de fora de si. Vai aqui uma outra, copiada e colada, que talvez nem seja dele, mas simples e reparadora para quem tem péssima memória, como eu: "Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser." (Demian)
Já esqueci do que li em Demian.
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