lanhouse é foda, sempre alguém de olho na tela alheia. Na minha (pronto, o curioso acaba de me deixar em paz). Apenas uma mesa no almoço da rita parecia receptiva e lá eu fui. Oi, você se importa, perguntei. À vontade, ele disse. Passou à perguntinhas clichê introdutórias. E eu, sim, trabalho aqui perto, exatamente, sim conheço ele de vista, não, trabalho aqui 3 dias e volto pra casa.
Cara bonito, apesar do verde vidro das lentes de contato. Outfit brega. Um Márcio. Pediu bisteca de porco. Pedi suco de acerola. Invasão H1N1 truando, não falam de outra coisa. Máscaras por todo canto. Todos histéricos, mais histéricos do que eu. Aquela sensação de estar numa adaptação de Guerra dos mundos e Plano 9 invasão da terra em Nova Jerusalém.
Mas voltando ao cara das lentes, não ando pra bistecas, sei lá, tou só pra prosa. Por isso me despedi dele, Márcio, numa esquina após caminhada por ruas de poeira, meio-dia pleno. Precisava de sabonete. Entrei num boteco, desses de balcão, mercadorias em prateleiras pelas paredes, senhor fumando por trás do balcão imerso na dele. Fumei também depois de dias sem.
Primeiro beijo, nome da fragância do sabonete, que cheira maçã verde. Bisteca de porco e maçã verde, não.
28.7.09
23.7.09
esboço de novela
1997. Aula de literatura brasileira. Mesma cadeira no fundão, mesma mistura de cheiros, gentes, mesma cadência de vozes, dejavu profundo. Até a mancha de sangue permanece no centro da sala de cerâmica antiga, porosa. Sobre o braço da carteira, os rabiscos primatas dos mesmíssimos idiotas que me atazanaram por quase todo o ano passado: Ana Palerma, Ana Sapatão, Ana Baitola, Ana P. Uma horda de maníacos-mirins que me escolheram pra Judas, Geni. Trocaram, porém, de professor. Lui não estava lá.
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