2.2.11

Lendo a biografia de E. M. Forster, A Great Unrecorded History. Está sendo uma aula sobre queer art na primeira metade do século passado. Forster fazia boas amizades através de seus ensaios, que despertavam a empatia principalmente de artistas iniciantes. Eles geralmente identificavam entrelinhas que passavam batidas pelo público leitor em geral. É o caso de Paul Cadmus, pintor e desenhista americano.


Esse é um dos trabalhos mais famosos dele, The Flett's Inn, de 1934. A tela teve de ser removida da galeria em que foi exibida na época. A representação do casal gay incomodou o público.

Essa outra, Jerry (1931) teve como modelo Jerry
French, amante de Paul. Jerry era casado com Margaret Hoening, também artista plástica. Formavam um menage a trois famoso. O que deixava Forster intrigado, ele que tinha o povo do Bloomsburry como referência,  só que estes eram muito discretos em comparação com o trio novaiorquino. Parece que os três realmente funcionavam como um trio, iam pra cama juntos e tal. Essa pintura comemorava o Bloomsday, e também era bem subversiva pois ilustra o livro de Joyce, que na época estava proibido de circular. Era um livro maldito.


Cadmus produziu bastante e o trabalho dele é fantástico. Esse aqui é Arabesque, que tem várias versões tanto em gravura quanto pintura. Para Forster, tanto o trabalho quanto o estilo de vida dos amigos americanos o atraía por serem descomplicados, bem-humorados, sem medo. A condenação de Oscar Wilde o traumatizou. Talvez por isso os ensaios dele sejam repletos de mensagens subliminares, com as quais os artistas mais novos se identificavam: "Tolerance, good temper, and sympathy are no longer enough in a world which is rent by religious and racial persecution, in a world were ignorance rules..." e por aí vai num dos ensaios mais famosos dele, What I Believe. 

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